da Pontinha (Forte de S. José), foi notícia em dois conhecidos jornais
britânicos, o 'Daily Mirror' e o 'Daily Telegraph'. Contudo, Élvio
Sousa, presidente do Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e
Contemporânea (CEAM), entidade que efectuou escavações no local,
afirma que tudo não passa de um "delírio fantasioso".
De acordo com os dois matutinos, o prego terá sido encontrado num
caixa, juntamente com três esqueletos e três espadas, uma delas com a
inscrição da Cruz dos Templários. Citado pelos Jornais, o
arqueologista Bryan Walters sublinha que o ferro usado para fabricar o
prego é do mesmo tipo que o que era utilizado em milhares de
crucificações pelos romanos, acrescentando que ele data do primeiro ou
segundo século depois de Cristo. O 'Daily Mirror' cita também
Christopher Macklin, dos Cavaleiros da Ordem de Cristo da Britânia, o
qual refere tratar-se de uma descoberta importante. O templário
salienta que o facto de o prego ter sido transportado durante um
grande período de tempo revela que ele terá tido "um grande interesse
para muita gente". Considera também que os Cavaleiros originais
acreditariam que este seria um artefacto genuíno da crucificação de
Cristo.
As notícias do achado mereceram já a reacção do CEAM. Élvio Sousa
garante ser "manifestamente falsa a notícia que tenham sido
encontrados quaisquer objectos" no espaço alvo de escavações. "Desta
área (cuja expressão inglesa anuncia 'dig') foram identificados, até
ao substrato rochoso, objectos que datam, apenas e unicamente, dos
séculos XVIII, XIX e XX, havendo todavia alguns vestígios que podem
remontar ao século XVII.". Nesse sentido, o arqueólogo sublinha que a
notícia dos achados de relíquias constitui "um delírio fantasioso",
que se torna ainda mais sensionalista ao se afirmar que estas foram
descobertas dentro de uma caixa de madeira à beira mar, perfeitamente
conservada ao longo de dois milhares de anos. Élvio Sousa assegura que
o prego encontrado, "a ser do forte, não é mais do que uma tacha usada
na construção de habitações durante a Época Moderna (séculos XVII e
XVIII) e existe às dezenas no recheio do espólio exumado nas
escavações". Além disso, afirma que a referência aos esqueletos
constitui também "uma invenção com contornos de dar maior ênfase ao
apócrifo". O presidente do CEAM sublinha que a opinião do Centro de
Arqueologia é corroborada pelo arqueólogo e especialista da
arqueologia romana Brian Philp, o qual tem acompanhado o estudo dos
materiais. Em suma, Élvio Sousa diz tratar-se de "uma pura invenção,
sem rigor e seriedade científicas".
Contactado pelo DIÁRIO, Renato Barros, proprietário do Forte de São
José, ao qual se refere como principiado, sublinha o "trabalho
notável" que foi realizado pelo CEAM no Ilhéu, mas acrescenta que foi
ele próprio quem encontrou as peças. Segundo disse, trata-se, por
isso, de "um achado e não de uma descoberta aqueológica". Renato
Barros afirma que o forte é visitado diariamente por 200 a 300
pessoas, tendo sido numa dessas visitas que "uma pessoa do Museu
Britânico" tomou conhecimento das relíquias. No seguimento dessa
visita, ele próprio deslocou-se a Londres onde, segundo declarou, as
peças foram autenticadas pelo museu. Porém, não quis adiantar mais
pormenores sobre o assunto, salientado que ele será divulgado na
Madeira, em conjunto com os responsáveis do museu.
http:// <http://www.telegraph.co.uk/news/newstopics/howaboutthat/7350166/Nail-from-Christs-crucifixion-found.html>www.telegraph.co.uk/news/newstopics/howaboutthat/7350166/Nail-from-Christs-crucifixion-found.html
<http://www.telegraph.co.uk/news/newstopics/howaboutthat/7350166/Nail-from-Christs-crucifixion-found.html>
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